quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Genevaldo

Genevaldo era um sujeito munto dado, prestimoso, e fazia de um tudo para agradar a pessoa. Certa feita, foi na repartição retirar uma licença para alguma côsa que eu não saberia dizer bem ao certo o que seja, mas era um papel da repartição que era de "percizão" do Genevaldo.
Lá chegando, enfrenta os tradicionais protocolas, senha de atendimento, sala lotada, e pacientemente, encontrando uma pontinha de banco, vaga, tomou assento e, cruzando uma perna sobre a outra, a balançar o pé, com as duas mãos apoiadas no banco, por baixo das pernas, pôs-se a bomber as peçôa do ambiente.
O tempo ia passando, e ainda demorava a vez dele, foi logo de se enturmando, e em pouco tempo, estava às falas com uma senhôra muito bem apessoada, que, por ser gentil e educada, sorriu delicadamente para o matuto. Foi o que bastou, e logo estava Genevaldo contando a vida dos seus antepassados, não sem encaixar com a ispiculação notória de também desejar saber sobre a vida alheia, e foi assim que o diálogo caminhou:

- Tempo bão, né dona! será que chove?

- ´Não sei dizer, mas seria bom, está bastante calor.

- É memo! Falecido meu vô era traquejado em saber do tempo. Era "oiá" pro céu, bombear pras formiga, e contar as nuvi, que já dizia na hora (acentuou o "na hora")  se ia chovê ou ia estiar.

- Ah sim, os antigos tinham experiencia no clima. Meu avô também sabia dessas coisas.

- É memo. E quem era seu avô?

- Demerval dos Prazeres.

- É memo? Prazeres por parte de pai ou parte de mãe?

- Parte de pai, sim senhor.

- E vosso pái, como se chama?

- Danúbio, como o nome daquele rio lá no estrangeiro.

- Danúbio. E vossa mãe, seria...?

- Setembrina.
Com ar de espanto, abraçando a face com as duas mãos, e olhos arregalados, exclamou?
- Setembrina! Não vá me dizer que é a setembrina do Maristelo, fio de Jemila?
- Ela mesmo. O senhor a conheceu?
Dando um tapinha maroto no ombro da moça, exclamou com um largo sorriso:

_Cumi munto, sinhóra sua mãe!!!


Desenho: IA

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

O relógio luminoso do galalau

Pois o fato deu-se no início dos anos 1970, aqueles anos confusos e cheios de infames tontices que nos remetem à vergonha por atraso, das espalhafatoas coisas que fazíamos, com a insensata noção de que éramos felizes. E pior, que éramos mesmo, ainda que imbecis de marca maior. Veja o caso.
Era comum que Elisabeth Rosenfeld e Erich, seu espso, donos do Artesanato Gramadense, realizassem alguns eventos no ano, regados a churrasco e laranjada, e foi num nesses eventos, que ao fim da tarde, a rapaziada decidiu esticar a noite em uma bailanta de interior, bastante comum no município, naqueles tempos. E se não me falha a memória, foi, ou na Linha Bonita, ou na Linha Nova o baile. E, como minha mãe fazia parte da equipe de trabalho do Artesanato, eu me engajava às benesses da situação. e por fim, lá estava eu, por volta da meia noite, vestido à caráter, de terno e gravata, perscrutando o ambiente, à cata de uma sedutor moçoila para convidá-la a dançar.
Ocorre que nesse tempo, enos bailes de interior, o método de convidar, ou "tirar" para dançar, uma moça, era uma aproximação, pois geralmente ficavam de pé, aos pares, posto que não era de bom tom uma moça sozinha em um salão de baile, e para que fosse convidada a dançar, precisava estar de pé, pois as que estivessem assentadas, estariam necessariamente acompanhadas, e não disponíveis aos afagos da dança. Entao, com meu sensor ligado, ajustando o cronômetro para alguém da minha faixa etária, localizei a vitim..., digo, a mocinha, e direcionei o leme rumo ao cantinho de onde estavam, ela, e sua companheira.  Assim, chegando postava-me diante delas, cumprimentando-as sorridente, mas não arreganhado, pois isso não era de bom tom, e delicadamente, batia palmas quase idaudíveis, mas à vista de todos, demonstrando minha intenção, ao que fui aquiescido pela bela dama.

Já na pista de dança, empenhei-me ao máximo em demonstrar que eu estava usando meu relógio novo, cm ponteiros luminosos, radiativos, do tido que foi banido, alguns anos depois, por ser cancerígeno. Mas eu não sabia, e minha expressão de felicidade deixava claro que ostentar um relógio deste calibre, era uma referência de elegãncia e modernidade. E assim, de minuto em minuto, entre uma volta e um rodopio na dança, eu esticava o braço e relatava as horas, até o momento em que segredei no ouvido da moça que aquele relógio mostrava as horas até mesmo no escuro. Então, abruptamente ela fechaou a tex, amarrou a cara, agradeceu pela dança, e saiu pisando duto, de volta ao seu cantinho, dispondo-se a aceitar rodopiar com o próximo pé de valsa menos atrevido.

Eu não estava galanteando, ou assediando, ou melhor dito: Cantando a moça! Não estava mesmo. Eu só queria mostrar meu relógio luminoso. Dou minha palavra! Era tão bonito ver as horas no escuro.


Pacard
Escritor, contador de causos, e pé-de-valsa atrapalhado



segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Celso Bertolucci e a Moedinha influenciadora

 Em meados dos anos 90, tive um sócio que era um furacão nas vendas. Vendia gelo pra esquimó, seguro pra casa pegando fogo, e o que aparecesse na frente, ele arrumava comprador. Algum tempo depois,, por outros motivos, nos incompatibilizamos, e a sociedade acabou. Mas guardo lembranças pitorescas desse tempo, e uma destas lembranças remete a um cliente, "osso duro" de negociar, bem pouco acessível, até então, até que um dia, meu sócio chegou decidido na editora, e disse:


- "Paulinho! Hoje nós dois vamos vender um anúncio para o Dr. Celso Bertolucci!" (Celso Bertoluci, engenheiro, além de ter sido o responsável pelo projeto do Cine Embaixador, hoje Palácio dos festivais, era também proprietário do Hotel Serrano, em Gramado).

- "Boa sorte!" - Falei. Mas é muito difícil chegar nele com uma proposta. Mas, se insiste, vamos lá, juntos.

E fomos. Chegando lá, encontramos a famosa barreira da secretária-recepcionista, uma jovem morena, gentil, que fez a terrível pergunta:
- "Qual seria o assunto com o Dr. Celso? Ele vai perguntar, já que não marcaram hora!"

Fiquei sem reação, pois dizer que queríamos vender algo que ele não tivesse solicitado. Meu sócio, percebeu, e com um tirocínio de felino, imediatamente, respondeu à moça:

- "Diga ao Dr. Celso que viemos trazer um dinheirinho pra ele!"
Ela riu, elegantemente, e ao telefone, transmitiu a mensagem. Ele mandou que subíssemos até sua sala.
No caminho, rapidamente tive uma áurea inspiração, e parei meu sócio:
- "Dê-me uma moedinha!" - Falei.
Ele meteu a mão no bolso e me entregou uma moedinha de baixo valor. Fechei a mão, e prosseguimos.

Chegando na sala, estava ele, Dr. Celso, na porta, com ar imponente, com o braço estendido, e a mão aberta, à espera do tal "dinheirinho", prometido. Coloquei a moedinha na mão dele, que olhando com determinação para a moeda, fechou a mão, guardou no bolso, e nos convidou a entrar.

Vendemos o anúncio!


Desse dia em diante, tornei-me amigo do casal Celso e Nélide (ela era artista plástica, autora daquele monumento em frente à Igreja de Pedra, em Gramado). Mais tarde, já desfeita a sociedade, a revista mudou de nome, e eu mantinha na revista, uma coluna chamada: "Nosso gourmet recomenda", onde naturalmente eu passava um pente fino na gastronomia de Gramado, o que fez render-me grandes amigos e ferozes inimigos nesse tempo. Celso, um dia, ligou e me perguntou a razão do restaurante dele não ter sido mencionado ainda na revista. Falei que é porque eu não tinha provado suas especiarias (não era bem verdade, pois anos antes eu era assíduo nos eventos do hotel), e fui então convidado para um jantar lá. Imaginei que seria recebido como costumeiramente em outros locais, e no máximo, receberia uma sobremesa de cortesia. Nada disso acontece. Quando cheguei, lá estavam Celso e Nélide, elegantemente vestidos, em uma mesa especialmente preparada para mim, e meus convidados, que fiz questão de ser acompanhado, e fomos tratados com uma cortesia própria de pessoas elegantes, que eram eles (eu, nem tanto assim).

São momentos assim, em minhas lembranças que me fazem crer que, ao contrário do que apregoam os "profetas do terror", Gramado tem uma essência gentil, encontrada apenas em pessoas que tem na hospitalidade o grande patrimônio social.


Foto de  Nélide Bertolucci*


Pacard
Designer - Escritor - Contador de Causos




terça-feira, 20 de agosto de 2024

As Rosas que me perfumaram a infância


Rosas cor de rosa! Estas são pra mim, mas genuínas do que qualquer outra rosa que há. Até rosa preta já está aparecendo. Lindas, não nego. Rosas vermelhas, então, são fabulosas. Mas nenhuma tem a inocência e o perfume da Rosa cor de rosa, aquele pequenininha que se derrama em caramanchões pelas cercas das casas antigas. 
Recordo da minha tenra infância, daquele tempo com sardas nas têmporas, orelhas de abano, nariz parecendo uma bolinha na ponta dum palito, sobrancelhas expressivas, dentuço, como todo meni dessa idade é. e sonhador, muito sonhador (acho que foi, de mim, o que permaneceu).

Esta reflexão é porque recentemente comprei um pote de geleia de pétalas de rosa, importado do Líbano, e para minha particular decepção, as pessoas odiaram, pois é absolutamente incomum, associar perfume de flores a alimentos. PANCS, entende? Porém, incomum aqui, pois no Oriente, perfume e comida se fundem, e é de lá quem chegam as mais misteriosas fragrâncias.  Mas aqui é Brasil, somos tropicais, nossos cheiros são Canela, Cravo, e Pitanga..bem, fico apenas com a Pitanga, pois Cravo e Canela também vêm do oriente. Porém, a fragrância que exala aquele pote de geléia, embarcou-me em uma viagem no tempo, e levou-me então aos meus oito anos, parecido com os oito anos de Casimiro de Abreu. Isso porque, estas rosas florescem na Primavera, lá por Novembro, tempo do meu aniverário (não o que registrou meu tempo de aposentadoria, mas o tempo em que nos jardins, perfumes havia), e nesse dia..ah, nesse dia, minha mãe, senhora dona Ester, ladeada por minha avó, Maria Elisa, e meu tio, Samuel Isaac, que troçava de mim o tempo todo, e juntos,  preparavam para mim, uma festinha, com comilanças (sim, pobre come muito bem, especialmente em aniversário), e entre estas, o principal: Uma torta feita com "Bolo Santista", recheada de nata com Morango, coberta com chantilly caseiro, e adornada com rozinhas de açúcar de confeiteiro. Isso era pra mim, e claro, meus convidadinhos, geralmente primos e primas, vizinhos, todos comiam bolo, brincávamos até o anoitecer, e ao voltar à casa, tinha ainda uma faia escondida só pra mim, de novo. E nem lembro quais eram os presentes, mas a torta, sim, era de Morango e Nata, adornada com rosas de açúcar. E eu comia tudo!




sábado, 17 de agosto de 2024

Os nossos contraditórios

Somos contraditórios por natureza, mas a ideia de quebrarmos certas regras que estabelecemos, nos assusta. Por exemplo: Eu gosto de assistir filmes antigos, principalmente pela qualidade editorial dos roteiros, pela excelência e carisma dos atores, pelo enredo, pela direção impecável, e por aí vai. Já por outro lado, fico apavorado em assistir series antigas (antigo, para uma serie, são dois anos ou mais), pois com a velocidade da informação, tomamos conhecimento dos defeitos dos atores e atrizes que são protagonistas, sabendo que alguns deles já estejam mortos, ou que cometeram deslizes morais e estão encarcerados, ou que sucumbiram nas drogas e alcoolismo, ou simplesmente porque em outra serie, foram vilões execráveis, e isso não os encaixa na figura dos herois bonzinhos que nos mostram seus trabalhos anteriores, e mesmo que saibamos que é tudo ficção, temos a humana tendência de associar a embalagem ao produto, tipo: se um tubo é parecido com pasta de dente, por que raios, colocam patê detro dele? Ou se uma garrafinha armazena azeite, por que outra quase idêntica é recipiente de vinagre? E o que dizer dos detergentes, que se não tomar cuidado, vai lavar a louça com água sanitária perfumada. Assim são os amigos imaginários que recolhemos dos filmes e das series que assistimos.
Quem sera fosse tudo tão simples assim, o que não é, pois de uns tempos pra cá, tive o ímpeto, após permabular pelas milhões de opções, geralmente reduzidas a poucas dezenas pelo algoritmo que acha que nos conhece, e insiste em nos oferecer algo parecido com o que ja vimos; Ora! Se estamos acostumados a comer espaguete à bolonhesa, no nosso restaurante preferido, por que catimbas, o garçon não nos oferece aquela chuleta com farinha, quando pedimos o cardapio? Claro, usei o garçn, porque foi o primeiro dos continuístas que veio à memória, mas assim é o algoritmo, que é a antítese da criatividade, aliás, felizmente, pois no dia em que descobrirem um algoritmo criativo, babau, já era, não somos mais úteis. Assim, se maratonei a serie "Monk", imediatamente fui procurar a serie "O Mentalista", bem parecida, na origem: dois detetiveis, um aparentemente abilolado, mas absurdamente genial, outro, que se faz de abilolado, e esnoba genialidade, viúvos, cuja missão de vida de ambos, é descobrir o assassino de suas esposas, e o roteirista o faz, de forma tão sensacional, em que cada episódio seja único, mas deixe e busque ganchos entre os demais episódios, em que personagens entram e saem, voltam, somem, e aparecem novamente, e mesmo assim, em cada um deles, haja expectativa e desfecho inteligente. Assim são os contraditórios! Assim,temperamos nossa existência, em buscas que terminam, muitas vezes, antes que comecem, e habitam unicamente em nossas mentes, no espaço mais secreto delas, para que não sejamos tomados por loucos, sonhadores, imbecis, e no medo do que os outros possam pensar de nossos contraditos, deixamos de explorar, pelo contraditório, as respostas e mistérios que a vida nos oferece.

O contraditório é muitas vezes confundido com convite pra briga: 

- "Você não gostou da minha proposta, porque me odeia!"
-  "Não odeio você, mas também não sou obrigado a engolir os abusrdos que diz!"

Ora, são apenas leituras de ângulos opostas, como os israelitas recitando as bênçãos e as maldições da Torá, diantes dos Montes Ebal e Gerizim, um de costas pro outro, o mesmo povo, mas o que estava diante de um dos montes, recitava as maldições, e o que se voltava para o outro monte, recitava as maldições, demonstrando que bênção e maldição nunca podem estar juntas, olhando na mesma direção. Isso é o contraditório que uso nas minhas ponderações, e é por esta razão, que O Criador nunca dá respostas, mas levanta perguntas, e como sempre são perguntas retóricas, coloca como primeiro conselheiro do interlocutor, o contraditório, pois assim como na ciência, que não existe Síntese, sem Tese e Antítese, a tese e a antítese da vida são precisamente estes contradiórios que tanto tememos.

Voltando então às series, o meu receio é de me afeiçoar aos personagens, e num relâmpago de pensamento, lembrar que aquele ator não vive mais. Isso aconteceu recentemente com uma serie que eu gostava demais, "A grande familia", e uma das minhas personagens favoritas eram a "Bebel", vivida pela atriz Guta Stresser, que descansou recentemente, e outro, era o "Agostinho", personificado pelo ator que, recentemente vi um video onde ela, a Guta Stresser, queixou-se de que foi extremamente maltratada por este ator, gratuitamente, humilhada, num lampejo de vedetismo dele, e se ouvirdmos as histórias de muitos atores, vamos descobrir a podridão de suas vidas pessoais, aí entra a pergunta que fazia um velho Pastor nosso, Dr Siegdfrid Hofmann:
- Estes atores e atrizes, que interpretam personagens bíblicos de tamanha relevância e santidade, tem um mínimo de caráter para personificar tais personagens aos espectadores, considerando que sua atuação pode influenciar milhões de almas, para o bem ou para o mal?
Bem verdade é que precisamos ter maturidade suficiente para compreender este cotraditório, de que uma coisa é o ator, a pessoa, e outra coisa, é seu personagem, ao qual empresta alma, personalidade, carisma, ou mau caratismo. Podemos encontrar esse tipo de engajamento entre os atores que vâo ao extremos de sua capacidade intelectual e emocional, ao mergulharem num "laboratório teatral", onde encarnam os personagens, ao ponto de engordarem, emagrecerem, interiorizarem seus traumas, tudo, para que na tela, no video, sejam convincentes o suficiente, e possam ser reconhecidos e receberem premios e ovações.

Os contraditórios não são para os fracos, pois são como correr sobre uma lâmina afiada sobre um penhasco, e além de cortar nossos pés, que são a estrutura que precisamos ter para caminhar com segurança sobre qualquer terreno, tornam-se nossos algozes, ao percebermos que não pensamos mais por nós, mas por influência daqueles que brincam com o contraditório como se brincassem com um prato de gelatina, inebriando-se e a outrem, com suas deibilades invluenciadoras.


Pacard
Escritor, Confuso, e Contador de Causos


As coisas que me dão certeza que eu não sei

Existem coisas que definitivamente eu sei que não sei, diferente do que disse Sócrates: "Tudo o que sei é que nada sei", mas, eu penso que algumas coisas eu sei, dentro de um saber pessoal, entenda-se bem, isto é, sei pra mim, mas não tenho nenhuma intenção de convencer ninguém sobre meu pretenso saber, o que me livra da arrogância, isso eu bem sei.

Há, no entanto, coisas que eu penso que gostaria de saber, mas vejam bem: Não vou mover Céus e Terra para provar minha ignorância, além de ter que aturar aqueles que possam se aproveitar dessa brecha de não saber, e tentar enfiar papeizinhos de suas próprias conclusões, na sutil esperança de que estas brechas possam mudar minhas crenças, quando não percebem que o meu "não saber" não significa que eu esteja carente, e até em privação ou abstinência, e qualquer "teco" de asneira, possa confortar meus vazios. Não tem como!

 Meus vazios são vazios que me pertencem, e não tenho a menor vontade de preenchê-los com teorias falaciosas e conspirações, que só interessam aos néscios, nenhuma chance de que possa tornar-me um prosélito da estupidez coletiva, pois a mim, basta ser ignorante, e não tenho a pretensão de tornar-me estúpido, que é o ignorante proselitista de sua própria estupidez, alguém que carrega vazios na mochila em sua jornada sem rumo.

As coisas que me dão certeza de que eu não sei, são os mistérios que acho burlescos, alguns, espetaculares, outros, maravilhosos, grande parte, mas que o desgaste em buscar respostas, poderá tomar de mim, preciosas horas, dias, e anos, energia, e entusiasmo, de amadurecer meu caráter, de construir meus caminhos e respostas éticas, e sobretudo, assegurar a paz que eu busco, a mim, e aos meus.

"A glória de Deus é encobrir as coisas, mas a glória dos reis é esquadrinhá-las." Proverbios 2:2

Com base nisso, lembro que não sou rei,e ainda que fosse, o texto diz que "a glória destes é esquadrinar, escrafuncha, remexer até descobrir", porém, o que o texto não diz que isso seja uma ordem, e tampouco seja obrigação doutrinária para a salvação eterna, nem tampouco estabelece uma proibição ao quem o faça. Apenas constata que é lindo fazê-lo, se esta for a vocação dos sábios, o que não faz brilhar menos aos símplices, o "não fazê-lo", sendo esta a sua limitação.

Dos mistérios que tenho refletido são: a idade da Terra, do Universo, as descobertas arqueológicas pelo mundo, com idades superiores àquelas registradas pelos relatos bíblicos, a origem cultural e política de certas civilizações, a profusão de crenças, e o mistério de que muitas se parecem tanto com as minhas próprias, inspiradas nas Escrituras judaico-cristãs, como,  as bolas de pedra no Leste Europeu, as Linhas de Nazca, como o coco se enche de água...não, essa eu sei!

Há também outros mistérios de natureza espiritual, intrínsecos, como, as Mãos. Pense comigo! Qual o mistério das mãos? Veja quantas vezes são mencionadas nas Escrituras, delas exalando poder! Veja, mesmo fora das Escrituras, crenças de que haja poder nas mãos, e delas se possa curar, amaldiçoar, transformar, mesmo sem que sejam tocadas. Tantas são as condições em que as mãos façam parte ativa no funcionamento do mundo, da vida. E são apenas mãos! Não, não são "apenas" mãos, mas são notadamente "As Mãos". Respeito muito as minhas, respeito as que afagam, fujo das que machucam, admiro as que abeçoam, me afeiçoo às que me tocam, pois as mãos sempre precedem o abraço, o afeto, e não tê-las, não é natural, nunca será, descobri isso quando tive um derrame cerebral, e a primeira coisa que perdi, temporariamente, foi o movimento de uma das mãos, angustiante a ideia de voce saber que seu cérebro se tornou inútil, que não lhe obedecem. 
Mistérios e mais mistérios, são tantos, que no dia a dia, colocar comida na mesa, tem sido o grande mistério de quem precisa levantar cedo e dormir tarde, e só o faz, porque é capaz de fechar os olhos e entregar os mistérios Ao que É capaz de ocultá-los, para que os reis os desvendem.

Pacard
Escritor, Pensador, e Contador de Causos

Imagem: Bing*


quarta-feira, 14 de agosto de 2024

CADEIRAS NA VARANDA - Foi assim que nos contaram...

 





Projeto: CADEIRAS NA VARANDA


Escopo do Projeto:


Objetivo Geral:

O projeto “Cadeiras na Varanda” visa resgatar e preservar histórias familiares, crônicas, e a cronologia do empreendedorismo familiar, documentando e ilustrando a arquitetura pioneira dos ancestrais. Este projeto será consolidado em um álbum digital de alta resolução, incluindo ilustrações 3D e um acervo fotográfico, com o intuito de eternizar memórias e raízes ancestrais.


1. Componentes do Projeto:


a) Resgate de Histórias Familiares

- Descrição: Coletar e documentar histórias, crônicas e causos familiares através de entrevistas e pesquisas, focando no empreendedorismo familiar e na evolução de gerações.

- Resultado: Produção de textos literários em forma de crônicas, detalhando os principais acontecimentos e personagens de cada família.


b) Ilustração da Arquitetura Pioneira

- Descrição: Recriar em ilustrações 3D a arquitetura tradicional e pioneira das moradias e estabelecimentos dos ancestrais.

- Resultado: Ilustrações digitais em 3D de alta qualidade, retratando fielmente as construções e estilos arquitetônicos da época.


c) Álbum Digital em Alta Resolução

- Descrição: Compilação de todo o conteúdo (textos, ilustrações 3D, e acervo fotográfico) em um álbum digital em alta resolução, preparado para impressão em offset.

- Resultado: Álbum digital disponível em formatos PDF e formatos para impressão, com design sofisticado e acessibilidade em várias plataformas.


d) Acervo de Imagens e Ilustrações

- Descrição: Criação de um acervo de imagens correlatas, incluindo ilustrações 3D em diversos estilos artísticos, como arte digital contemporânea, vintage, e estilos realistas.

- Resultado: Galeria digital de ilustrações artísticas, disponível para visualização online e integrada ao álbum principal.


e) Acervo Fotográfico

- Descrição: Reunir e digitalizar fotos históricas das famílias, contextualizando cada imagem com uma narrativa cronológica e histórias associadas.

- Resultado: Acervo digital de fotos históricas em alta resolução, acompanhado de textos que explicam o contexto de cada imagem.


2. Apresentação a Potenciais Clientes:


a) Preservação das Raízes Ancestrais:

- Interesse: A preservação de memórias familiares e culturais, mantendo vivas as histórias e os ensinamentos passados de geração em geração.

- Tópicos de Apresentação:

- Importância de documentar e compartilhar a história familiar.

- O impacto emocional de reviver memórias através de ilustrações e narrativas.

- O valor histórico e cultural de preservar a arquitetura e os modos de vida antigos.

- Potencial para uso em eventos familiares, exposições culturais e como herança digital para as futuras gerações.


3. Meios de Divulgação:


a) Plataformas Digitais:

- Website: Criação de um site dedicado ao projeto, com seções para cada componente (histórias, ilustrações, acervo fotográfico).

- Redes Sociais: Campanhas em Instagram, Facebook, e LinkedIn, com foco em públicos interessados em genealogia, história, e cultura.

- YouTube: Vídeos documentando o processo de criação das ilustrações 3D e entrevistas com as famílias.

- Newsletter: Envio regular de atualizações para uma base de contatos interessada em história e genealogia.


b) Impressos:

- Livros e Álbuns: Produção de exemplares impressos em offset para venda em eventos culturais e feiras de livros.

- Revistas Especializadas: Anúncios e matérias em revistas de história, arquitetura, e genealogia.

- Press Release: Distribuição de comunicados de imprensa para meios de comunicação especializados.


4. Precificação das Etapas do Projeto:


a) Resgate de Histórias e Crônicas:

- Custo Estimado: R$ ***** a R$ *****

- Justificativa: Inclui pesquisa, entrevistas, redação, e revisão dos textos.


b) Ilustração da Arquitetura Pioneira em 3D:

- Custo Estimado: R$ ***** a R$ *****

- Justificativa: Inclui o trabalho de design 3D, software, e renderização das ilustrações.


c) Álbum Digital em HR:

- Custo Estimado: R$ **** a R$ *****

- Justificativa: Desenvolvimento do design do álbum, formatação para impressão e digitalização.


d) Acervo de Imagens e Ilustrações 3D:

- Custo Estimado: R$ ***** a R$ *****

- **Justificativa:** Criação de várias ilustrações artísticas em diferentes estilos.


e) Acervo Fotográfico com Histórias:

- Custo Estimado: R$ ***** a R$ *****

- Justificativa: Digitalização, edição e descrição das fotografias históricas.


5. Valores de Investimento e Cotas de Publicidade:


a) Cotas de Publicidade em Sites:

- Cota Bronze: R$ ***** (inclui menção e banner no site por 3 meses)

- Cota Prata: R$ ***** (inclui menção, banner, e destaque em newsletter por 6 meses)

- Cota Ouro: R$ ***** (inclui todas as anteriores + conteúdo patrocinado nas redes sociais e destaque no site por 12 meses)


b) Cotas de Publicidade em Impressos:

- Cota Bronze: R$ ***** (inclui menção em rodapé de página de livro/álbum)

- Cota Prata: R$ ***** (inclui página de agradecimento com logo e menção em destaque)

- Cota Ouro: R$ ***** (inclui página exclusiva de agradecimento, com logo em destaque e menção em eventos de lançamento)


6 – Beneficiarios:

- Escolas, Centros Comunitários, Centros Culturais, Associações locais, e outros.


Considerações Finais:

O projeto "Cadeiras na Varanda" busca não apenas preservar, mas celebrar as histórias e memórias familiares através de uma abordagem artística e cultural.

Trata-se de um resgate literário, em atenção à crescente apreensão e incerteza das gerações mais antigas, em relação à preservação das memórias ancestrais, em detrimento ao acelerado crescimento das tecnologias e da Inteligência Artificial, como vetores de exaustão dos valores humanos que são passados através destas gerações às vindouras.


Por este projeto, intentamos motivar o diálogo entre tais personagens, e o cultivo do prazer pela escrita, pelo armazenamento das imagens, e sobretudo dos valores familiares.



Paulo Cardoso

Designer – Escritor - Pesquisador



(48) 99929 2200 - dpacard@gmail.com

https://dpacard.blogspot.com/2021/11/gramado-de-priscas-eras-visita-casa-de.html

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Modelos das ilustrações em 3D













Genevaldo

Genevaldo era um sujeito munto dado, prestimoso, e fazia de um tudo para agradar a pessoa. Certa feita, foi na repartição retirar uma licenç...